BAR DA RÔ GASTRONOMIA
Gastronomia sofisticada, conforto e lazer.
Certificado de excelência gastronômica 2016-2019.
Diariamente das 9h às 18h no Rio Carapitangui
No Bar da Rô: um Doppelgänger em Barra Grande
Por Ricardo Freire
Publicada no Divirta-se do Estadão com o título Sósia
Bastou que eu desembarcasse em Barra Grande, na península baiana de Maraú, para que o mundo inteiro me desse a mesma dica. “Vai no Bar da Rô”, mandou uma leitora. “No fim da tarde você tem que ir no Bar da Rô”, me diziam os pousadeiros. “Já foi no Bar da Rô?”, insistiam os desavisados que não sabiam que o passeio já estava na minha agenda.
Deixei para ir no último dia, que prometia um pôr do sol espetacular. Partindo do centrinho da vila, dá uma caminhada de bem uns quinze minutos, por uma ruela de areia fofa que passa pelos fundos das propriedades pé na areia. Lá pelas tantas uma plaquinha manda desviar para a praia, e voilà: você chega à esquina do rio Carapitangui com o mar plácido da baía de Camamu.
Ali a Rô montou um bar com duas frentes, uma na água doce, outra na água salgada, onde você se acomoda embaixo de pequenas tendas que ficam ainda mais gostosas depois que chega a primeira caipiroska. Pedi uma de sirigüela, sem açúcar e com trema, dado que minhas papilas gustativas não aderiram ao acordo ortográfico.
Pois estava eu deslumbrado com o Bar da Rô, fazendo uma anotação mental para agradecer a todos que me deram a dica, quando veio a própria Rô falar comigo. “Você por acaso é o Ricardo Freire?”.
Sim, por acaso sou. Seguiu-se então um agradecimento emocionado a toda a força que eu tinha dado ao bar dela. Que depois que eu descobri e escrevi sobre o Bar da Rô, não parou de aparecer gente, e ela pôde investir para ficar o brinco que está hoje.
Eu tentei argumentar que essa era a primeiríssima vez que eu tinha o prazer de estar ali, mas ela não se deu por vencida. Se lembrava muito bem de quando eu tinha aparecido no bar pela primeira vez, logo depois de aberto, há uns cinco anos, acompanhado por um casal de japoneses. E também a vez que eu tinha falado do bar no Programa do Jô. “Mas eu fui no Jô em 2003, o bar não estava nem aberto!”. Não adiantou: ela se lembra.
De modo que ficamos assim: para todos os efeitos, fui eu que descobri o Bar da Rô em Barra Grande. Vá lá, e me conte: que autor de guia de viagem não gostaria de ter essa descoberta no currículo